Em minha merda...afundado
E o desencanto como amigo...
Eu não consigo,eu não consigo...
Tanto uso fez-me débil e pesado,
mesmo ainda leve os ossos secos e pálidos
Veja os abscessos fazendo relevo
em ambos antebraços entregues
por diversão
Eles sangram enquanto densos e enfadonhos
Rastros de um caminho de paz e ilusão
Em mim reside a dor e o seu afago à escuridão do quarto
Eu não me importo com o toque de suas mãos frágeis e mortas
em meio a fumaça inibriante
Eu sou sujo e doente
Um leproso escondido numa parede de calma
Estou só,fogem-me os dias em desespero
Meu pai deu à luz a um aborto próprio
Eu tomo do meu leite envenenado há anos
no seio da solidão de sua presença
E eu sei que estou errado por fingir
que a magreza e a doença não existem,
cagado e fodido em meu silêncio
Nenhuma dignidade ao alcance
que não pereça num oceano de lágrimas
Lentes escuras à noite quando luz é cinza diluída
Restos de miséria raspada impregnados em minhas unhas
Tudo gira e é disforme
Pupilas dilatadas...tenho fome...
Agora longe...e sempre...fora...ausente...
Todos se vão,e não há sobra que não seja consumida...
É morna a sombra da morte,e eu faço a minha cama fria
quebrantado por sua voz...
O que te faz feliz?