Estou comendo na prisão
Rindo na prisão
Crendo que o tempo me obedece
Estou engordando na prisão
E faz uns vinte e poucos anos
que meu mundo estagnou
Aqui tem livros e comida variados,
mas desconheço o que é a responsabilidade
e sinto os dias como pontas de flagelos sobre as costas
De vez em quando,sinto um pouco do clamor
É quando lembro o que há,de fato,meu aqui
É das milhares de migalhas de amores destroçados
que fabrico fardos mórbidos e cálidos
Não me enobreço com a feitura da miséria,
mas ignoro qualquer fuga revelada
Estou inerte na prisão
Sonhando na prisão
Com dias de visita onde a visita seja eu
Com passos de esperança ao corredor
de minha ala adormecida e confortável
O chamado da sirene me desperta
para mais uma manhã obsoleta
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