quarta-feira, 11 de maio de 2011

Pensar Estático


Estou comendo na prisão
Rindo na prisão
Crendo que o tempo me obedece

Estou engordando na prisão
E faz uns vinte e poucos anos
que meu mundo estagnou

Aqui tem livros e comida variados,
mas desconheço o que é a responsabilidade
e sinto os dias como pontas de flagelos sobre as costas

De vez em quando,sinto um pouco do clamor
É quando lembro o que há,de fato,meu aqui
É das milhares de migalhas de amores destroçados
que fabrico fardos mórbidos e cálidos

Não me enobreço com a feitura da miséria,
mas ignoro qualquer fuga revelada

Estou inerte na prisão
Sonhando na prisão
Com dias de visita onde a visita seja eu

Com passos de esperança ao corredor
de minha ala adormecida e confortável

O chamado da sirene me desperta
para mais uma manhã obsoleta



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